segunda-feira, 21 de março de 2016

Descoberta abre caminho para remédio que controla apetite

Criança comendo hamburguer
A falta de apetite ou a vontade descontrolada de continuar a comer podem estar relacionadas com a quantidade de açúcar no sangue. Quem fez essa afirmação foram os pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, em um estudo publicado na revista Science.

Eles descobriram que existe um tipo de interruptor no cérebro que ajuda a controlar o apetite. Quando ele está “ligado”, as pessoas têm a sensação de o estômago estar cheio. Porém, quando essa chave está desligada, a vontade de se alimentar é compulsiva, levando o indivíduo a adquirir problemas relacionados à obesidade.

A descoberta foi feita durante uma pesquisa sobre as conexões entre as células nervosas de ratos. Os cientistas tentavam entender o que aconteceria quando a enzima OGT – responsável por algumas ações no metabolismo humano – fosse desligada em certas regiões do cérebro.

Essa enzima adiciona um derivado químico da glicose nas proteínas e, segundo o estudo, tem papel importante no controle do apetite. A relação com o açúcar faz sentido, já que a quantidade de glicose e insulina no sangue, geralmente, sobem durante uma refeição ou após o consumo de alimentos doces.

De acordo com os pesquisadores, quando o gene da OGT foi destruído ou desligado em uma célula nervosa específica no hipotálamo, o peso do rato dobrou em apenas duas semanas. “Os ratos não entenderam que eles se alimentaram o suficiente, por isso continuaram a comer”, disse Olof Lagerlof, autor do estudo, para o jornal inglês Independent.

Os cientistas esperam que o estudo ajude a encontrar uma nova abordagem para o controle da obesidade no mundo. “Se nós entendermos o que está ocorrendo aqui, poderemos ser capazes de atingir deliberadamente este mecanismo com drogas que controlam o apetite”, explica Richard Huganir, diretor do departamento de neurociência da John Hopkins.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2012, 17,1% da população brasileira era obesa. Em 2006, o percentual era de 11,6% -- ou seja, a incidência de obesidade aumentou 54% entre 2006 e 2012. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) chega a 30.

Além disso, de acordo com o mesmo estudo do Ministério, 48,5% dos brasileiros estão acima do peso – com IMC entre 25 e 29,99. Um peso é avaliado como normal ou saudável quando o IMC fica entre 18,5 e 24,99.

Fonte: Exame

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