sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Redução do comércio exterior brasileiro tende a perdurar, diz secretário.

Bernardo Caram
Folha de São Paulo

O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos
Internacionais do Ministério da Economia, Roberto Fendt Junior,
afirmou nesta quinta-feira (12) que a redução do comércio exterior
brasileiro observada neste ano tende a perdurar, com recuperação
lenta.
A avaliação diverge de declarações do ministro Paulo Guedes
(Economia), que aposta nas exportações brasileiras como fator para
segurar a retração do PIB (Produto Interno Bruto).
Em evento promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil,
Fendt afirmou que a pandemia criou pressões protecionistas no
mercado internacional. Ele, então, apresentou um panorama para o
Brasil.
.Com a queda de demanda dos países de destino e desvalorização da
moeda brasileira, devemos observar uma redução do comércio —tanto
do lado das exportações, quanto das importações— que tende ainda
este ano a perdurar, tendo em vista que as circunstâncias que
determinam o crescimento dessas duas variáveis vai mudar muito
lentamente", disse.

De acordo com o secretário, 2020 deve ser encerrado com um saldo
positivo de US$ 55 bilhões na balança comercial. O dado, no entanto,
será motivado por um recuo nas exportações e uma queda ainda mais
forte nas importações.
Pela estimativa do Ministério da Economia, as vendas de produtos
brasileiros ao exterior deve cair 6,5% neste ano. A importação, por sua
vez, deve retrair 12,5% no mesmo período.
Fendt ressaltou que embora o Brasil seja uma das dez maiores
economias do mundo quando se avalia a paridade de poder de compra,
o país tem desempenho muito inferior quando se observa a corrente
de comércio.
Segundo o secretário, o Brasil apenas está melhor do que países como
Cuba, Sudão e Turcomenistão quando se avalia o indicador de
importação sobre PIB. "Não estamos em companhia de economias
florescentes, economias de desempenho acentuado", afirmou.
Desde o início da pandemia do coronavírus, Guedes vem afirmando
que as exportações do Brasil foram pouco afetadas pela pandemia do Corona vírus.

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