Vivemos num mundo de conflitos, enquanto países se enfrentam colocando a vida de milhões em risco, menos expressivamente, na sala ou no celular, amigos esquecem a vida real e esbravejam pelas redes sociais.
Muita gente tem seu lado, alguns são contra isso, outros a favor daquilo, mas o objetivo deste texto é refletir sobre os imparciais, ou seja, aqueles que não escolhem lado.
Tomar uma posição e defender uma teoria não é tarefa fácil, quanto mais trabalho ela envolver, mais confortável será ficar em cima do muro.
Os jovens de hoje são especialistas nisso, não escolhem partido, não confrontam as imposições da mídia, das marcas, eles apenas usam esta "falta de lado" para criticarem superficialmente a tudo e todos, criando uma nação cada vez menos crítica.
O grande problema é a responsabilidade que uma decisão carrega e sobretudo, a exposição que ninguém quer nas costas.
Como exemplo, vamos considerar as eleições deste ano, em especial para presidente da república. De um lado, o Partido dos Trabalhadores, que leva em seu histórico eleitores conscientes da mudança que os últimos governos propiciaram, de outro o PSDB, cujos eleitores se informam por meios de comunicação sabidamente manipuladores, que conseguem colocar trabalhadores e oprimidos em defesa dos opressores. Este eleitor, em especial, normalmente usa as seguintes expressões: "eu não sou de direita, nem de esquerda", mas em seguida sempre profere opiniões negativas contra o governo; ou "eu não tenho partido, mas você viu o escândalo em que o PT está envolvido? Do jeito que está não dá para ficar". Ele usa esta suposta imparcialidade para criticar, mas não receber críticas.
No primeiro turno, mais de 29 milhões de pessoas não compareceram para votar, isso representa 21% dos eleitores, que não acreditam na política ou que "não têm um lado".
Quais as consequências disso? Na política, um segundo turno carregado de acusações e de eleitores espalhando palavras de ódio contra nordestinos e pobres, por causa da presença marcante da presidenta entre esses segmentos, e por acreditarem que o governo usa beneficios sociais para comprar votos, ou por estarem vendo a classe baixa cada vez menos baixa, ou...(bom, se eu fosse listar todos os preconceitos o texto seria infinito). Em outras áreas, pessoas acomodadas por não ficarem de lado algum, usam isso como desculpa para espalhar ódio e falar mal de tudo.
Se elas tomassem partido, com certeza o rumo seria outro, mas isso dá muito trabalho, pois envolve o ato de pensar e ainda não desenvolveram aplicativo para isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário