segunda-feira, 4 de julho de 2016
Grupos bolivianos desfilam na Avenida Paulista como parte do Fórum de Migrações
Grupos de danças folclóricas bolivianas desfilaram na tarde de hoje (3) na Avenida Paulista, região central da capital. A atividade é uma preparação para a sétima edição do Fórum Social Mundial das Migrações, que vai ocorrer dos dias 7 a 10 de julho na cidade. “O nosso objetivo hoje aqui na Avenida Paulista é mostrar para a cidade de São Paulo que os imigrantes estão na cidade, que eles contribuem para a cidade de São Paulo”, ressaltou o coordenador técnico do fórum, Paulo Illes.
Os debates sobre migração e refúgio serão feitos com palestrantes de diversas partes do mundo. As discussões serão organizadas em torno de eixos como mudanças climáticas, questões de gênero, trabalho descente e moradia. Uma novidade serão as conversas sobre direito à cidade. “Onde nós queremos aprofundar as políticas desenvolvidas pelos municípios e autoridades locais pelo mundo a fora”, enfatizou Illes.
Entre os convidados, estão o secretário Geral da União de Nações Sul-Americana, Ernesto Samper e o ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. O evento acontece na Universidade Zumbi dos Palmares e no Centro Esportivo e de Lazer Tietê, na zona norte paulistana.
Visibilidade
Ao trazer grupos tradicionais para a Avenida Paulista, que aos domingos funciona como rua de lazer, uma das ideias, segundo Illes, é trazer a atenção a essa e outras comunidades migrantes que vivem na capital paulista.
Essa foi uma das motivações da enfermeira Patrícia Gonzales ao participar das apresentações de danças típicas. “Eu acho que aproxima. Porque o brasileiro às vezes tem um conceito muito fechado do boliviano. Acho que só trabalha em costura. Não tem a parte cultural, a tradição. A parte bonita que a gente vem mostrar e divulgar para todo mundo”, ressaltou a jovem de 26 anos, que também participa de uma organização não governamental que presta atendimento em saúde para bolivianos.
“A gente faz orientação e planejamento familiar. Os materiais que usamos são todos em espanhol. Os voluntários são todos ou descendentes de bolivianos ou bolivianos mesmo”, conta a enfermeira brasileira, filha de bolivianos. A proposta é superar as barreiras culturais e linguísticas enfrentadas pela comunidade ao tentar acessar serviços como de atendimento odontológico, psicológico e atenção médica. “Eles não se sentem bem recebidos”, comenta Patrícia sobre a impressão dos bolivianos a respeito dos serviços brasileiros.
Fonte: Agência Brasil
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