segunda-feira, 21 de março de 2016
6 táticas para não perder o controle emocional num concurso
Entre todos os obstáculos enfrentados por quem vai prestar um concurso público, o descontrole emocional é certamente o mais “democrático”.
O problema naturalmente se apresenta para os candidatos mal preparados, cujo desconhecimento sobre as disciplinas se traduz em estresse e insegurança na hora da prova.
Mas ele também acomete quem estudou freneticamente. "Justamente por ter se preparado tanto, o concursando pode se sentir ainda mais pressionado e cobrado para ter sucesso”, explica Felipe Lima, professor do curso LFG.
A professora Rachel Almeida, do site Concurso Virtual, conta que já viu muitos alunos seus com excelente domínio da matéria serem reprovados por questões psicológicas.
O mal-estar emocional atrapalha a concentração e o raciocínio, o que impede o candidato de usar a sua capacidade máxima para responder às perguntas do exame. “Isso fica muito claro quando, imediatamente após sair da sala de prova, ele percebe os erros que cometeu”, diz a professora.
Por essa razão, continua Rachel, desenvolver uma musculatura psicológica corresponde a mais de 50% da preparação necessária para ser aprovado num concurso público.
É claro que, até uma certa dose, o nervosismo pode ser saudável. Segundo Renata Xisto, psicóloga e coach especializada em concursos públicos, um pouco de ansiedade ajuda a motivar o candidato e tirá-lo de sua zona de conforto.
O “estimulante” vira veneno quando o candidato permite que seu mal-estar tome grandes proporções - e se transforme numa espécie de medo cujas causas ele já não sabe mais explicar racionalmente.
Quer manter a calma nos estudos e na hora da prova? Veja a seguir algumas táticas sugeridas por 5 especialistas ouvidos por EXAME.com:
1. Aprenda a fazer exercícios de respiração
Para Rachel Almeida, professora do site Concurso Virtual, um método simples para relaxar antes e durante a prova é aprender a controlar a sua respiração. “Quando estamos ansiosos, respiramos mais rapidamente, o que comunica ao nosso cérebro que estamos em perigo”, explica. “Diminuir o ritmo acalma o organismo”.
Uma técnica sugerida pela neurocientista Carla Tieppo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é expirar no dobro do tempo da inspiração. Se você puxar o ar para dentro por 3 segundos, por exemplo, solte-o em 6.
2. Faça o máximo possível de simulações da prova
Uma tática adotada por alguns candidatos é prestar concursos diversos, mesmo que sejam para vagas aparentemente desinteressantes. Segundo Rachel, a aprovação em qualquer exame, ainda que seja para um emprego que você não deseja assumir, eleva a sua autoestima e neutraliza a crença de que estar entre os classificados é impossível.
Pelo mesmo motivo é importante fazer a maior quantidade possível de exercícios e simulados. “Quando começar a prova, diga para si mesmo ‘Este é apenas mais um exercício de tantos outros que já fiz, ou seja, não é nada demais”, diz a coach Renata Xisto.
3. Seja gentil consigo mesmo
Bem-estar físico e mental estão inevitavelmente entrelaçados. Por essa razão, o equilíbrio emocional depende de cuidados constantes com o corpo. Segundo Rachel, boas noites de sono e atividades físicas regulares ajudam a regular os níveis de cortisol, hormônio relacionado aos níveis de estresse e ansiedade.
Exercitar o corpo também ajuda nos estudos: um estudo da University of Illinois mostra que a prática aeróbica desenvolve partes do cérebro ligadas à atenção e à memória.
Para Felipe Lima, da LFG Concursos, ser gentil consigo mesmo não significa apenas cuidar do corpo: também é preciso manter uma postura mental paciente e generosa. “Procure não ser tão rígido, reconheça as suas pequenas vitórias e saiba persistir de forma otimista”, aconselha.
4. Alinhe expectativas com familiares e amigos
”Muitas vezes familiares e amigos não compreendem a necessidade das horas a fio que a pessoa passa debruçada sobre os livros”, diz Rodrigo Lelis, professor do curso Universo do Concurso-RJ. "Isso para não falar na pressão para que ela seja aprovada, já que está abdicando da vida familiar e às vezes até do emprego para se dedicar aos estudos".
Para não sucumbir à incompreensão dos demais, é importante chamá-los para uma conversa franca e clara. Em muitos casos, você só terá paz depois que as pessoas à sua volta finalmente entenderem o seu ponto de vista e passarem a respeitá-lo.
5. Não abdique do prazer
A rotina de um concurseiro é difícil e provavelmente exigirá sacrifícios. Isso não significa, porém, que você deva impor privações absolutas à sua vida - ainda mais se for daquilo que lhe faz bem.
Se você gosta de filmes, por exemplo, tente se organizar para assistir a pelo menos um ou dois durante a semana; se adora ir à praia, não deixe de frequentá-la quando possível. “Esses momentos de prazer e relaxamento são fundamentais para aliviar a pressão e não entrar em desespero durante os estudos”, afirma o professor Lelis.
6. Lembre-se de que “existe vida após a prova”
Uma fonte comum de sofrimento desnecessário é a falsa ideia de que a reprovação significa fracasso completo. Para Paulo Estrella, diretor da Nova Academia do Concurso, a felicidade do candidato não pode depender de uma prova.
“A vida segue, outros concursos virão e você será aprovado quando estiver pronto”, diz ele. “Tudo fica mais leve se você tem consciência da dificuldade da sua missão e aceita a situação temporária em que se encontra”.
Fonte: Exame
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