quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Deputado agride manifestante em defesa de Cunha

A deputada Alice Portugal cobrou dos parlamentares do colegiado que se manifestem com relação ao ato do deputado
O depoimento do coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubens Alberto Gatti Nunes, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos, nesta terça-feira (20), na Câmara dos Deputados, gerou polêmica e até agressão por parte do deputado Laerte Bessa (PR-DF), que jogou um copo d’água em um participante que o acusou de defender o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de corrupção.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) cobrou dos parlamentares do colegiado que se manifestem com relação ao ato do deputado. “Hoje é um copo d’água; amanhã vai ser um tiro?”, criticou a deputada.

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), autor do convite para que Nunes comparecesse à CPI, disse que irá apresentar uma representação contra Bessa.

Wyllys explicou que pediu o comparecimento de Nunes na CPI por ser parte de um grupo contra o governo, uma vez que grupos favoráveis também foram convidados. “Comparando a Dilma Bolada (perfil em redes sociais de sátira positiva à presidente Dilma Rousseff) ao MBL, vejo que o MBL tem uma linha de atuação pautada por injúria, difamação e calúnia. E estou falando de fatos”, acusou Wyllys. E questionou se as opiniões manifestadas pelo MBL atendem a interesses de grupos internacionais e empresariais.

Rubens Nunes informou que o movimento é sustentado por doações de apoiadores. “Arrecadamos em média R$ 30 mil por mês”, afirmou.

O deputado Jean Wyllys criticou vídeo postado pelo MBL que dizia que “os negros estão roubando as vagas das universidades federais” e questionou o coordenador se ele concordava com tal afirmação. Nunes disse que não apoia tal manifestação, mas se mantém contrário às cotas. “A cor de pele não faz o mérito para ninguém.”

Wyllys também afirmou que foi caluniado por membros do MBL. Segundo o parlamentar, o movimento fez postagens em vídeos que diziam que Wyllys afirmava que “cristãos eram nojentos” ou que Wyllys “teria tramado a morte de um músico que o criticava”.

Rubens Nunes respondeu que os vídeos citados pelo deputado não foram feitos pelo MBL e que o movimento não endossa tais afirmações.

Posições contrárias

A presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), afirmou que Nunes foi apenas convidado para esclarecer a respeito do papel do Movimento Brasil Livre. A parlamentar destacou que, apesar do debate acalorado, o depoimento vai contribuir para o relatório final do colegiado.

“Sem dúvida, a gente percebe que existe uma tensão nas redes sociais. A gente tem de avaliar quando é apenas uma crítica ou quando se torna um crime cibernético”, ponderou a presidente.

O deputado Odorico Monteiro (PT-CE) disse que o MBL é uma iniciativa golpista, centrada no ódio. “Vocês produzem o tempo inteiro uma tensão para desconstruir o processo democrático”, declarou o parlamentar ao coordenador nacional do movimento. Monteiro também criticou a “intolerância” do grupo. “Vocês estão na contramão dos valores da história”, completou.

O deputado Laerte Bessa (PR-DF) defendeu o MBL e disse acreditar que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, irá deferir o pedido de impeachment de Dilma. Após ser criticado por defender Cunha, Bessa jogou um copo de água na cara de um participante que se manifestou na CPI.  


Fonte: Vermelho.org.br

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