quarta-feira, 15 de junho de 2016

Portugal debate inclusão de cardápio vegetariano em cantinas públicas

Produtos e alimentos cultivados sem aditivos químicos e sem causar danos ao meio ambiente, expostos na conferência Green Rio - Rio Orgânico 2014, no Jardim Botânico (Fernando Frazão/Agência Brasil)
O Parlamento português discute amanhã (16) um projeto que inclui opções de refeições vegetarianas em todas as cantinas públicas do país. A medida é defendida pelo partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN). Em março, a legenda apresentou à Assembleia da República um texto para que escolas, universidades e hospitais portugueses ofereçam alimentação vegetariana. Aproximadamente 12 mil assinaturas apoiaram o projeto de lei.

André Silva, autor do projeto de lei e único deputado do PAN na Assembleia da República, explica que Portugal tem as condições necessárias para adotar uma dieta vegetariana: produção vegetal de elevada qualidade e grande variedade sazonal.

Em nota publicada no site do partido, o PAN destaca que há um crescente interesse dos cidadãos pelas dietas vegetarianas, e a procura de alternativas alimentares saudáveis tem estimulado a oferta. “As perspectivas são de que cada vez mais pessoas procurem essas opções, devendo aumentar a procura não só por pessoas que sigam uma dieta vegetariana, mas também por outras pessoas.”

O partido cita a publicação As Linhas de Orientação para uma Alimentação Vegetariana Saudável, lançada ano passado pela Direção-Geral de Saúde de Portugal, e defende que a inclusão de uma alternativa vegetariana em todas as cantinas públicas tem motivações pedagógicas, ambientais e de saúde. Para o PAN, a medida também é uma forma de impedir a discriminação das pessoas que já seguem essa dieta, mas que dificilmente conseguem fazer uma refeição fora de casa.

Preconceito

O PAN defende ainda que o projeto é especialmente relevante para crianças e jovens. “[Eles] estão cada vez mais seguindo esse tipo de alimentação e se sentem muitas vezes discriminados nas escolas, pelos colegas, professores, auxiliares, por comerem comida diferente, necessariamente trazida de casa. Com a introdução desta opção nas escolas, essa discriminação deixa de existir e as demais pessoas passam a encarar esse tipo de alimentação com normalidade.”

A publicação da Direção-Geral de Saúde afirma que as linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável levaram em conta o indivíduo adulto saudável e não devem ser extrapoladas para outras etapas da vida. “A adequação dessa 'dieta' às várias fases do ciclo de vida, incluindo a infância, adolescência, gravidez, lactação, idosos e também desportistas, implica um bom planejamento e acompanhamento.”

Na Europa, o consumo de fruta e hortaliças vem caindo na última década. Em 2012, era de aproximadamente 386,96 gramas por pessoa por dia – uma diminuição de 8,7%, se comparado às médias registradas no período 2007-2011. Dos 28 Estados-Membros da União Europeia, 18 consomem frutas e hortaliças abaixo dos 400 g/dia, recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Recentemente, as Nações Unidas voltaram a insistir na promoção e utilização do termo 'Dieta Sustentável', um conceito introduzido nos anos 80 que propõe o desenvolvimento de padrões alimentares saudáveis para os consumidores e para o meio ambiente. Assim, uma dieta sustentável deve ter um baixo impacto ambiental contribuindo para padrões elevados de segurança alimentar e de saúde das gerações futuras”, destaca a publicação.

Fonte: Agência Brasil

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