quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Vacina chinesa aponta segurança para 94,7% dos voluntários testados, diz governo de SP

(O Globo)
Jornalista: Ana Letícia Leão
23/09/2020 - 14h23 - 

O governo de São Paulo afirmou, nesta quarta-feira, que a vacina chinesa contra o coronavírus, a CoronaVac, não apresentou efeitos colaterais em 94,7% dos 50 mil voluntários testados no país asiático. De acordo com o governador João Doria, os estudos clínicos mostram um índice de 5,3% de efeitos adversos de baixa gravidade.

— A maioria apresentou apenas dor no local da aplicação. Os resultados comprovam que a CoronaVac tem um excelente perfil de segurança, sendo classificada pela OMS como uma das oito mais promissoras vacinas em estágio final do mundo — afirmou João Doria, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

Entre os 50.027 voluntários chineses, 3.08% apresentaram dor no local da aplicação, 1,53%, fadiga e 0,21% febre moderada.

Em São Paulo, dos 9 mil voluntários previstos - todos profissionais de saúde - 5.600 já receberam doses, desde 21 de julho. Segundo Doria, também não foram identificados efeitos graves. De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, os testes serão ampliados para 13 mil voluntários brasileiros. Nessa próxima etapa, serão incluídos idosos e crianças.

A previsão é de que as primeiras 5 milhões de doses da CoronaVac cheguem ao Instituto Butantan para distribuição já em outubro. Para que seja iniciada a vacinação, ainda é preciso aguardar a finalização da terceira fase dos testes e a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

— O primeiro lote de cinco milhões chegará ao Butantan agora em outubro para ser aplicada em São Paulo. Deveremos, por óbvio, aguardar a finalização da terceira e última fase de testagem e também a aprovação da Anvisa, mas na segunda quinzena de dezembro já poderíamos iniciar a imunização.

De acordo com o governador, os primeiros brasileiros a receberem doses da CoronaVac serão médicos e paramédicos. Até 31 de dezembro, estão programados mais 46 milhões de doses da vacina e, até 28 de fevereiro, mais 9 milhões.

— Estamos sugerindo, em tratativas com o Ministério da Saúde, que o governo brasileiro compre mais 40 milhões de doses da vacina, adicionalmente às que serão oferecidas aos brasileiros de São Paulo, para os brasileiros de outras regiõies do país.

Hoje, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, se reuniu com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para falar sobre a CoronaVac. Segundo Doria, o governo federal autorizou a liberação de R$ 80 milhões em investimentos na futura fábrica da CoronaVac no Instituto Butantan, com objetivo de ampliar a produção. Apesar da liberação da primeira parte dos recursos, explicou Doria, esse valor não se refere à compra de mais doses além das 60 milhões já acertadas pelo governo estadual.


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