quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Governo sírio está disposto a ter negociações de paz
O governo da Síria está "disposto a participar" nas negociações previstas para o fim de janeiro em Genebra para tentar acabar com a guerra civil, afirmou em Pequim o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem.
"A Síria está disposta a participar no diálogo entre sírios em Genebra, sem interferência estrangeira", declarou Muallem após um encontro com seu colega chinês, Wang Yi.
A China é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, cujos 15 integrantes, incluindo a Rússia, aprovaram na semana passada, pela primeira vez em quase cinco anos de conflito, uma resolução que estabelece um mapa do caminho para uma solução política à guerra civil na Síria.
"Nossa delegação estará preparada uma vez que recebamos a lista da delegação da oposição. Esperamos que este diálogo nos ajude a criar um governo de união nacional", disse o chanceler do regime de Bashar al-Assad.
Ele também afirmou que a Síria espera receber uma lista de "organizações terroristas" que não terão a permissão de participar nas negociações.
Além das negociações entre a oposição e o regime de Damasco, assim como um cessar-fogo, o texto da resolução aprovada prevê um governo de transição em seis meses e eleições em 18 meses.
O conflito na Síria deixou mais de 250.000 mortos. De acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), 4,4 milhões de sírios fugiram do país desde 2011.
Ao mesmo tempo, o governo japonês informou que está investigando o suposto sequestro de um jornalista do país por um grupo armado na Síria, notícia divulgada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
"Sabemos que a RSF publicou esta informação, mas não podemos comentá-la", disse o porta-voz do governo do Japão, Yoshihide Suga.
"Garantir a segurança dos japoneses no exterior é nosso dever", completou, antes de afirmar que o governo mobilizou "ao máximo várias redes de informação".
De acordo com a RSF, o jornalista Jumpei Yasuda foi sequestrado em julho de 2015 quando investigava na Síria, entre outros temas, a execução pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) de seu colega Kenji Goto, um dos dois japoneses decapitados em janeiro.
"Jumpei Yasuda está em perigo, os sequestradores iniciaram uma contagem regressiva", afirmou a RSF.
Fonte:Exame/Abril
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