Como investir com segurança em tempos de crise e risco Brasil.

InfoMoney

Foram poucos os momentos na história do país em que a economia proporcionou mais dúvidas do que certezas como agora. A pandemia, mais do que elevar o câmbio, aumentar as taxas de juros e provocar descompassos nos setores produtivos, tornou o ambiente de negócios imprevisível a ponto de fazer investidores avaliarem melhor o destino do seu dinheiro.

Toda crise, no entanto, também proporciona oportunidades tanto para investir em produtos mais rentáveis quanto para reduzir o risco das aplicações já realizadas. “O momento não é de retração de investimentos, mas de se investir melhor e com mais segurança”, explica o analista Roberto Indech, da Clear Investimentos.

Ter mais segurança neste momento de cenário nebuloso, segundo ele, significa antes de tudo apostar na diversificação dos investimentos, ou seja, viabilizar uma carteira com mix de produtos financeiros com perfil mais conservador e outros com rentabilidade alta no médio e no longo prazos, como por exemplo, os fundos de índice (ETFs), negociados na Bolsa de Valores, venture capital e até criptomoedas.

“Mitigar os riscos é fundamental neste momento da economia, e o ideal, nesse sentido, é que o investidor fracione o seu capital nos produtos mais promissores. Um exemplo, usando a atual valorização do dólar ante o real, é buscar produtos financeiros que proporcionem rentabilidade em moeda estrangeira forte”, disse Indech, que está lançando o curso online gratuito Zerando o Risco Brasil, que abordará, dentre outros temas, como o investidor deve se preparar para afastar os riscos de suas aplicações.

Mas há oportunidades?

Se por um lado a crise pandêmica retraiu o desempenho econômico de alguns setores, por outro proporcionou ganhos recordes. Usando como base as empresas com capital listado na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, durante a pandemia registraram lucros maiores empresas ligadas às áreas da construção civil, energia e mobilidade — setores da economia cujas atividades foram impulsionadas com as restrições sanitárias.

“O brasileiro passou a trabalhar de casa e evitar o transporte público. Investiu o que tinha na reforma da casa. Esse comportamento adquirido ao longo dos últimos meses aqueceu as operações dos grupos econômicos correlatos”, disse Indech.

No primeiro trimestre a siderúrgica Gerdau registrou alta expressiva de 1.016% ante o lucro registrado no primeiro trimestre de 2020, somando R$ 2,471 bilhões. O resultado foi creditado às maiores vendas no mercado interno puxadas pela construção civil.

O lucro da Localiza, na mesma base de comparação, cresceu 108,9%, chegando a R$ 482 milhões. O desempenho foi possível por meio de uma maior contratação de frotas corporativas no período – por causa da pandemia, funcionários passaram a optar pelo transporte por automóvel no lugar do avião para realizarem deslocamentos a trabalho.

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