Limitar ocupação máxima de estabelecimentos e levar em conta necessidades de mobilidade da população podem reduzir a contaminação sem obrigar fechamento total de estabelecimentos, aponta estudo americano; especialistas brasileiros comentam como isso pode ser adaptado à realidade brasileira.
No momento em que alguns indicadores sinalizam que o Brasil pode estar no início de uma nova onda de Covid-19, a possibilidade de intensificar medidas restritivas e fechar estabelecimentos comerciais novamente preocupa epidemiologistas, economistas, comerciantes e a população.
Mas um estudo publicado neste mês na revista "Nature" defende que desenvolver estratégias mais direcionadas para cada tipo de estabelecimento, com base em dados dos deslocamentos das pessoas pelas cidades, pode ser mais eficaz do que adotar o fechamento generalizado de comércios.
Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade de Northwest, o estudo coletou dados de mobilidade de 98 milhões de pessoas de 57 mil bairros situados nas dez maiores cidades dos Estados Unidos (Atlanta, Chicago, Dallas, Houston, Los Angeles, Filadélfia, Miami, Nova York, San Francisco e Washington).
Os dados são anônimos, foram registrados entre março e maio de 2020 e disponibilizados gratuitamente pela empresa Safe Graphic para acadêmicos e pesquisadores. Esses dados reúnem informações como: o bairro de origem e o destino do deslocamento, qual foi o tempo médio de permanência no estabelecimento e o número de visitantes por hora que este recebeu.
Em seguida, foi feito um cruzamento entre esses dados e o número de casos da Covid-19 em cada cidade, os pesquisadores calcularam os níveis médio de infecção em alguns estabelecimentos fechados e concluíram que alguns lugares têm maior potencial de disseminar o coronavírus. Esse é o caso sobretudo de restaurantes, mas também de cafés, bares, hotéis, academias e templos religiosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário