domingo, 1 de novembro de 2020

COMO UM PROFISSIONAL DE SUPPLY CHAIN EM SAÚDE DEVE SE ADAPTAR RAPIDAMENTE EM MOMENTOS DE CRISE

Jackson Campos
CBEX – Certificação em Healthcare Supply Chain

Durante a pandemia de Corona Vírus (COVID-19) de 2020 uma corrida às compras ocorreu com grande parte da indústria de saúde no Brasil e no mundo. Tentando se esquivar da escassez de produtos, compradores de todos os lados trabalhavam continuamente para não deixar faltar material de combate à pandemia, como por exemplo, máscaras descartáveis, luvas, aventais, óculos, testes detectores do vírus, respiradores e outros.

A pandemia de corona vírus, que ainda está ativa quando este texto é escrito, deve deixar muitas lições, pois no auge dos casos, quando se tinha uma crescente diária e casos positivos chegando a mil por dia(1), a corrida dos kits com testes havia começado concorrendo espaço com máscaras(2).

São nestes momentos de crise que o profissional de suprimentos precisa ter ou desenvolver competências que o ajude a se adaptar rapidamente a cenários de como este e argumentar de maneira embasada para evitar o efeito de super estoque (conhecido como efeito chicote) na empresa em que atua.

A Anvisa dispensou a obtenção de licença para se importar e comercializar os testes(3) e empresas de todos os seguimentos se aproveitaram da corrida pelas máscaras para maximizar seus estoques e aumentar o faturamento(4).

O profissional de suprimentos (Supply Chain) precisavam aplicar diariamente a teoria de C.H.A.(5), pois dirigentes de empresas públicas e privadas não queriam ficar de fora da oportunidade, já que os testes eram a febre do momento e fizeram o preço disparar por causa de demanda e como exemplo, toma-se o custo dos equipamentos de proteção individual, conhecidos como EPIs, que sofreram um aumento de 3.800%, segundo comparativo do preço de máscaras entre os meses de fevereiro e abril de 2020(6).

Neste momento, o bom profissional precisava preparar uma matriz swot(7) do cenário, enviar aos fornecedores um RFI(8) e RFQ(9) bem estruturados com informações detalhadas, de preferência no modelo e-sourcing(10) que dispusesse de dashboards(11) bem dinâmicos para munir as diretorias de compras e vendas com dados para que decisões embasadas pudessem ser tomadas, já que o isolamento proibiu as visitas entre vendedores e compradores.

O cenário ideal seria que, mesmo antes de tudo isso ocorresse, o comprador tivesse aplicado o sistema SRM(12) na sua área de compras anteriormente, podendo então evitar o excesso de estoque causado pela compra por impulso ou a compra de produtos de baixa qualidade(13), como ocorreu com diversos produtos, incluindo testes para detecção do Sars-Cov2, vírus causador da COVID-19.

Pode-se concluir, portanto, que os profissionais de compras mais bem preparados no momento da crise terão ferramentas robustas, conhecimento e habilidades bem desenvolvidos, que os farão tomar a dianteira e assumir o protagonismo com velocidade, eficiência e eficácia se comparado aos atuantes da área sem estas habilidades comportamentais e técnicas.


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Referências

1-Casos Diários de Infecções de COVID-19. Disponível em https://bit.ly/2HXRfXb
2- G1 MINAS, 2020. Disponível em https://glo.bo/2TFMaFr
3- ANVISA, 2020. Disponível em https://bit.ly/34LLbJT
4- ADUANA, GOV.BR, 2020. Disponível em https://bit.ly/388CGdY
5- C.H.A. Conhecimento, habilidade e atitude (PARRY, 1996)
6- G1 MINAS,2020. Disponível em https://glo.bo/2TFMaFr
7- Matriz SWOT, sigla em inglês para Forcas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (KOTLER, 1967)
8- RFI, sigla em inglês para Solicitação de informações (BIM, 2015)
9- RFQ, sigla em inglês para Solicitação de cotação (BIM, 2015)
10- E-sourcing, modelo de compra online (BIM, 2015)
11- Dashboard, termo em inglês para quadros e gráficos de análise (BIM, 2015)
12- SRM, sigla para Gestão de relacionamento com fornecedores (BIM, 2015)
13- COSTA,2020. Disponível em https://bit.ly/2GiKEG1



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