De acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) grão, petróleo e minério de ferro devem puxar crescimento de 13,7% das vendas externas do país no ano que vem
As exportações brasileiras deverão crescer 13,7% em 2021 na comparação com 2020, para 237,3 bilhões de dólares, com as vendas externas do país ficando mais dependentes de produtos como soja, petróleo e minério de ferro, previu nesta quarta-feira a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Com preços mais altos e crescimentos menores dos volumes embarcados, esses três produtos aumentarão sua fatia no total exportado pelo Brasil para um recorde de 40,2%, notou a AEB em comunicado.
Em 2021, pelo sétimo ano consecutivo a soja continuará sendo o produto líder de exportação do Brasil, com 36,55 bilhões de dólares, um novo recorde, versus 28,7 bilhões de dólares em 2020, disse a associação.
A AEB apontou alta de 25% no preço médio da oleaginosa, para 430 dólares por tonelada em 2021, em momento que a China (principal importador) mantém firme demanda e mesmo diante da projeção de safra recorde no Brasil, maior produtor e exportador global da commodity.
O segundo principal produto de exportação do país será o minério de ferro, com 35,7 bilhões de dólares, contando com um aumento no preço médio de 42%, para 105 dólares por tonelada em 2021, enquanto a mineradora Vale ainda trabalha para voltar à liderança global neste mercado e tem projeções de produção conservadoras para 2021.
Já as vendas externas de petróleo deverão fechar 2021 com 23,25 bilhões de dólares, ante 19,8 bilhões em 2020, com a AEB considerando que, entre os três produtos principais de exportação, a commodity energética terá o maior aumento no volume (5%), para 75 milhões de toneladas.
A soja terá alta de 2,4% nos embarques, para 85 milhões de toneladas, e minério ficará praticamente estável, em 340 milhões de toneladas.
"Preços melhores de soja e minério e recuperação de preço de petróleo", explicou o presidente da AEB, José Augusto de Castro, após as cotações do petróleo terem despencado este ano por conta da pandemia.
"A China continua sustentando as cotações de soja e minério. Sem ser protagonista, também ajuda no petróleo. As ofertas de soja e minério estão ajustadas, com petróleo tendo maior base de manobra", acrescentou Castro, à Reuters.
Em 2020, mesmo com preços mais baixos do petróleo, os três principais produtos exportados pelo Brasil responderam por pouco mais de 35% dos embarques nacionais.
Somando as previsões de embarques de produtos do agronegócio (51,97 bilhões de dólares) com os da indústria extrativa (63 bilhões de dólares), as exportações brasileiras desses dois grandes grupos aumentariam cerca de 23% em 2021 ante 2020, para cerca de 115 bilhões de dólares.
Segundo a AEB, as projeções para o comércio exterior em 2021 foram realizadas tendo como expectativa de que a retomada do crescimento das atividades econômicas se consolide e que os PIBs mundiais se estabilizem positivamente.
"A velocidade de aplicação da vacina contra a Covid-19 será outro fator importante a contribuir para concretização do quadro que se vislumbra", disse Castro, observando que alguns aspectos ainda indicam incertezas, como o impacto do atraso na vacinação para o coronavírus no Brasil e o qual será a relação do novo presidente dos EUA, Joe Biden, com o país.
A AEB notou também que o Brasil continua altamente dependente das exportações de commodities, "com os produtos manufaturados sofrendo o impacto negativo da falta de competitividades decorrente do elevado Custo-Brasil".
Nenhum comentário:
Postar um comentário